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terça-feira, 5 de abril de 2011

Foto em grafias

Veja. A inocência abandonada em gélidos trilhos de ferro. Sim, ela está a sós com suas desgraças; aquelas que demo-la de presente. Tão jovem e sem forças para, nem ao menos, inventar seu mundo infantil, sem estes tons de cinza.

Dela, nós, enquanto sociedade, sugamos tudo, inclusive magia. Restaram pele e osso, olhos para chorar o mundo, e nossa arrogância para ignorá-la.

Não, estes olhos perdidos e chorosos não podem ser da inocência. Eles só vêem um mundo bagunçado e inacabado, em eterna construção. Sempre em desenvolvimento. Estes trilhos que eles enxergam terminam dentro dela mesma, sem rumo.

E este céu sobre sua cabeça... Até o azul é injusto. E o sol, paradoxalmente infeliz.

As vezes nao podemos entender as escolhas da humanidade nem as de Deus, mas nem por isso ou pela impotência de um dentre milhões um rapaz pode deixar de se sentar, em silencio, ao lado da alminha bordada de dores e tão forte. A criança apenas o observava.

(K)

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