Ravinas do tempo marcando sua pele, as dores dos últimos tempos amarrotados por entre as sobrancelhas franzidas. Um olhar vago a reescrever o passado, uma lágrima percorrendo silenciosa, em protesto: o coração do amado ainda em suas mãos enquanto a alma fora entregue a Deus. Ainda assim, desespero era ali antítese, havia apenas sua alma esperando o sopro pela liberdade.
Cada vinco de sua pele uma bela pétala perfumada, o da face marcava inteligência da alma, pura e terna, os das mãos, trabalho e honra. Por fora, sabedoria e calma, traços delicados ainda permaneciam ali, e por dentro, frescura quieta e ainda o amor. Pele pálida, lábios finos e sem cor, cabelos marfim em cascata pelos ombros, os olhos chorosos a doar ternura.
Não fora bela, não fora aclamada, porem fora amada como se. O mundo inteiro colocado como recanto e afeto verdadeiro. Os músculos da face ajeitados num sorriso de mona lisa traduziam felicidade pelo que já foi e pelo avistamento do ponto, e fim de virgulas. Era hora de paz e alegria, lhe substituindo os vulgos imaginares do fim.
(K)
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