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sexta-feira, 17 de junho de 2011

Transgênicos, como afetam nossa saúde?


O QUE SÃO?


Transgênicos ou organismos geneticamente modificados (OGM) são criações da Engenharia Genética cujo DNA fora alterado por acréscimo de um gene, o que lhe permite ter qualidades diferenciadas, qualidades fora do comum para um ser da sua espécie, um super ser! 


QUAIS SUAS QUALIDADES? 


Pode-se gerar um vegetal resistente a pragas (milho Bt), um alimento mais nutritivo (animais com leite enriquecido), com propriedades curativas (soja com anticorpos contra o câncer) ou que pode até habitar ambientes desfavoráveis (feijão de corda que resiste à seca).

Na medicina, é produzida insulina em laboratório, vacinas para meningite e hepatite B também, além de hormônios de crescimento e imunotoxinas que auxiliam no combate ao câncer. Tudo inserindo genes codificadores de tais substâncias em bactérias, as quais as produzem para nós em larga escala.

Muitas empresas defendem os transgênicos, como Monsanto, Dupont, Syngenta, Groupe Limagrain, Land OLakes, KWS AG, Bayer Crop, Takii, Sakata e DLF-Trifolium. Eles afirmam que estes alimentos são mais produtivos e resistentes, que reduzem o uso de pesticidas e que podem acabar com o problema da fome no mundo. Assim, segundo eles, os GMO se utilizam de menos recursos naturais, e melhoram a vida dos agricultores. E isto é fato.

POR QUE MUITOS SÃO CONTRA? 


Se todos compartilhamos da mesma base, dos mesmos ácidos nucléicos, então por que temos alergia a certos alimentos? Por que nosso corpo não consegue lidar com algumas substâncias? Por que os transgênicos podem nos fazer mal?


Todos os seres vivos da face da Terra (animal, vegetal, protista, viral...) fazem uso dos mesmíssimos ácidos nucléicos, moléculas base para montarmos nosso DNA. Ou seja, todo ser vivo usa das mesmas peças de lego para construir seu material genético. E esse material genético é o molde para que fabriquemos nossas proteínas, nossas enzimas, todas as substâncias que nos compõe. No entanto, apesar de usamos as mesmas peças do lego, as nossas construções podem ser variadas. Adicionando ao organismo novas peças, novos genes, modificamos o seu molde, fazendo-o produzir substâncias novas. Com esta alteração, pode ele gerar algo impossível para alguns de nós digerir.

8% da população mundial tem alergia a proteína contida na soja.

1 ou 2% de adultos e 6 ou 8% de crianças é alérgica a algum tipo de alimento.


É da opinião geral dos investigadores, que não existe risco zero no que respeita aos transgénicos. Um dos principais riscos da modificação do código genético em organismos, é a produção de novas proteínas alérgicas ou de substâncias tóxicas não identificadas em testes preliminares.

Para além das alergias e rejeições, a inserção de genes em determinados locais do genoma pode ativar oncogenes, responsáveis pelo aparecimento de cancros e tumores.

Segundo a Dra. Eliana M.G.Fontes, da EMBRAPA-CENARGEN, no Boletim Nº 1 da CTNBio, em artigo intitulado "TEMAS ATUAIS - Biossegurança de Biotecnologias-Breve Histórico": ..."A falta de experiência com...os OGMs e o potencial deste organismos para causar certos efeitos adversos, como resultado dos genes altamente alienígenas inseridos em seus genomas (nosso grifo) são a base das regulamentações de biossegurança. Uma vez que o resultado das interações entre o OGM e o meio ambiente alvo não pode ser sempre previsto, particularmente para microorganismos e para ambientes aquáticos, solo e regiões com características ecológicas diferentes, as liberações em ambientes onde experiência ainda precisa ser adquirida devem ser feitas com cautela e precaução, mesmo para os OGMs caracterizados como não-regulamentados ou de baixo risco nos Estados Unidos."

Os organismos OGM podem também criar problemas de resistência a antibióticos nos animais e seres humanos. Genes resistentes a antibióticos são por vezes usados em transferência genética. Se as bactérias que vivem no nosso organismo adquirirem esse ADN, podem tornar-se elas próprias resistentes aos antibióticos! Isto significa que ao ficarmos doentes por infecção bacteriana, o nosso organismo vai deixar de responder positivamente aos antibióticos receitados pelo médico. Ou seja, uma simples infecção pode tornar-se num grande pesadelo!


ALGUNS CASOS 

Em 1989, nos Estados Unidos, 37 pessoas acabaram por falecer e outras 1500 ficaram inválidas devido à ingestão de um complemento com triptofano produzido por bactérias transgénicas que desenvolveram a síndrome de eosinfilia-mialgia. Os testes realizados previamente haviam demonstrado "equivalência substancial", ou similaridade na composição do produto não transgénico. O problema é que os engenheiros genéticos não previam que, a alteração genética nas bactérias, fizessem com que estas começassem a produzir um novo aminoácido extremamente tóxico, como ocorreu.

Em um caso, OGMs colocados em um campo experimental mataram plantas de trigo, um resultado inesperado. O autor cita diversas pesquisas que apontam o risco de infeção genética, ou transferência genética horizontal, de DNA com capacidade invasiva, de superar barreiras entre espécies diferentes, colocando genes alienígenas em espécies selvagens ou cultivadas, os quais podem espalhar resistência a antibióticos, agrotóxicos ou produtos biocidas em bactérias e plantas em geral.

Alguns eventos adversos inesperados apontados: a) leite de vacas tratadas com hormônio transgênico BGH para aumentar a produção de leite produzem no mesmo elevação de teor de uma substância chamada IGF-1, que pode levar a um acréscimo no risco de câncer de seio; b) um gene de proteína de castanha do Pará inserido em soja provocou alergia em pessoas alérgicas à castanha do Pará; c) o aminoácido l-triptofano produzido por uma bactéria transgênica causou a morte de 37 pessoas e doença grave em 1.500 outras; d) um levedo GM, engenheirado para aumento de eficiência na fermentação, produziu acúmulo de uma substância tóxica no meio; e) já foi observada transferência de genes entre plantas GM e espécies afins, na natureza, o que seria o caso da passagem de genes de resistência a herbicidas, por ex., entre o arroz cultivado e o arroz vermelho, nas culturas do cereal no RS.

Outro problema de toxidade em saúde pública ocorreu com uma variedade de milho OGM designado “Starlink”. Também aqui, foi inserido um gene para conferir resistência a uma praga (uma lagarta que ataca as raízes do milho). Esse gene mostrou-se prejudicial à saúde humana causando reacções alérgicas! Foi imediatamente suspensa a comercialização do milho Starlink para consumo humano e ficou apenas legislado para consumo animal. Mas caiu no esquecimento o pormenor de que os seres humanos também se alimentam de carne, e as reacções alérgicas permanecerem. O milho Starlink foi então retirado definitivamente do mercado.

Poluição ambiental é outra das consequências dos organismos OGM. Ainda referindo o caso do milho Starlink, depois de ter sido apenas cultivado nos Estados Unidos da América numa área de 0.4% da área total de milho, apareceu em cerca de 10% de todos os lotes de milho testado. O transgene apareceu mais tarde noutras 80 variedades de milho e também noutros países como foi o caso do México, onde o cultivo OGM era proibido. Mais uma vez nos deparamos com uma situação de perda de controlo sobre tecnologia OGM. As barreiras de distância impostas entre campos OGM não funcionam. O pólen das plantas pode viajar até 180 km!

E COMO FICA A BIOSEGURANÇA? 


Diferentes organismos GM incluem genes diferentes inseridos de maneiras diferentes. Isto significa que cada alimento GM e sua segurança devem ser avaliados caso a caso e que não é possível fazer afirmações genéricas sobre a segurança de todos os alimentos GM.

Os alimentos GM atualmente encontrados no mercado internacional passaram por avaliações de risco e provavelmente não apresentam riscos para a saúde humana. Além disso, nenhum efeito à saúde humana foi demonstrado como resultado do consumo destes alimentos pela população em geral nos países onde foram aprovados. O uso contínuo da análise de risco com base nos princípios do Codex e, quando apropriado, incluindo monitoramento pós-comercialização, devem ser a base para a avaliação da segurança dos alimentos GM.

Os critérios mais valorizados usados na aprovação dos OGM são, portanto, o potencial alergénico, a toxicidade, a degistibilidade e risco teratogénico (factor cancerígeno).

Em suma, os aspectos mais debatidos sobre estes problemas são a tendência de provocar reacção alérgica, a transferência do gene e a mutação externa.

Se nem todos são alérgicos, então o grande problema prático que vemos é que os produtos contendo transgênicos que estão nas prateleiras de alguns supermercados não são rotulados para que o consumidor possa exercer o seu direito de escolha 

No Brasil, há a lei de Biossegurança. Para saber mais sobre ela, leia:

http://jus.uol.com.br/revista/texto/8148/ogm-aspectos-polemicos-e-a-nova-lei-de-biosseguranca/3

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