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segunda-feira, 14 de março de 2011

Ela caminha sobre estrelas...

...a cada salto, menos menina e mais constelação. Assim ela caminha. Se dissolvendo, ouve em suave sussurro o som infinito vindo mágica e contraditóriamente do vácuo sem fim; o som de tudo e agora também o seu.
As palavras não ditas, palavras tatuadas feito feridas e desentendidas caem de seus olhos verde-mar. Sendo lavadas em lágrimas, soletram-se salgadas do céu...


Onde pingam suas salgadas gotas, brota-se uma pequena vida. Delicada. Porém há força em sua fragilidade, pois apenas das mais amargas lágrimas pode-se erguer as mais imponentes, e belas fortalezas.
Tornado seu sal belos jardins, com a doçura que há, ela pinta o crepúsculo de rósea aquarela, cujos raios penetram os olhos atentos que passam e ali se expandem, se fixam, como uma doce semente pronta para os religar ao infinito. Sementes todas de amor.
E quanto mais ela se doa, mais tem dentro de si.

(K)

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